‘Temer terá de se ajoelhar para Cunha’, alerta Dilma

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Brasília - A presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia no Palácio do Planalto, recebe apoio de intelectuais e artistas contra o processo de impeachment (Antonio Cruz/Agência Brasil - Wikipedia))
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia no Palácio do Planalto, recebe apoio de intelectuais e artistas contra o processo de impeachment (Antonio Cruz/Agência Brasil – Wikipedia)




A presidente afastada Dilma Rousseff deu sua primeira entrevista, ao jornal “Folha de S. Paulo”, após ser afastada. Na oportunidade, ela fez críticas ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e alertou que “Temer terá de se ajoelhar” para ele.

 “O Eduardo Cunha é a pessoa central do governo Temer. Isso ficou claríssimo agora, com a indicação do André Moura (para líder do governo na Câmara). Cunha não só manda, ele é o governo Temer. E não há governo possível nos termos do Eduardo Cunha” contou Dilma que completou a fala: “Vão ter de se ajoelhar”.

Durante a entrevista, foi perguntado de Dilma foi traída por Temer. “Óbvio. E não foi no dia do impeachment, foi antes, em março. Quando as coisas ficaram claríssimas”, contou. “Você sempre acha que as pessoas têm caráter”, concluiu.

As conversas vazadas entre líderes do PMDB e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também foram foco da conversa com Dilma. Nas gravações, é possível ouvir que os envolvidos queriam que Temer assumisse a presidência para que a Lava-Jato fosse barrada.

 “Eles (os áudios) mostram que a causa real para o meu impeachment era a tentativa de obstrução da operação Lava-Jato por parte de quem achava que, sem mudar o governo, a sangria continuaria”, comentou a presidente afastada.

Dilma acredita que possa assumir o cargo novamente.  “Nós podemos reverter isso. Vários senadores, quando votaram pela admissibilidade, disseram que não estavam declarando (posição) pelo mérito (das acusações). Então eu acredito”, declarou.

A presidente voltou a chamar processo que levou ao seu afastamento de golpe e foi irônica a comentar as medidas econômicas do governo Temer. “O pato tá calado, sumido. O pato está impactado. Nós vamos pagar o pato do pato, é?”, declarou.

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