Rodrigo Janot, procurador-geral da Repúblico, pediu ao Supremo Tribunal Federal que seja remetido ao juiz Sérgio Moro as investigações sobre o ex-senador Delcídio do Amaral, que era do PT e hoje não tem partido, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua delação premiada, Delcídio afirmou que Lula tentou evitar que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, colaborasse com a Lava Jato.
Lula foi denunciado por obstruir as investigações da Operação Lava Jato no início de maio. Delcídio era senador, por isso era investigado pelo STF, mas agora teve mandato cassado, por isso seu caso deve ir para a primeira instância, de acordo com o entendimento da PGR. Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, terá a palavra final sobre o assunto.
Janot fez o pedido para que Lula, Delcídio e outras cinco pessoas sejam investigadas por Sérgio Moro. De acordo com ele, Delcídio e Diogo Ferreira, seu ex-chefe de gabinete, se uniram a Lula, ao pecuarista e amigo do ex-presidente José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício Bumlai, para comprar o silêncio de Cerveró por R$ 250 mil.
Essa foi a primeira vez que foi feito pedido para que uma investigação contra Lula passe para as mãos de Moro. O ex-presidente também é investigado pelo sítio de Atibaia e triplex em Guarujá, por exemplo.
A assessoria do Instituto Lula informou que o ex-presidente já esclareceu ao Ministério Público que as alegações de Delcídio são falsas. A assessoria afirma que Lula “já respondeu a essa falsa denúncia, perante o Supremo Tribunal Federal, no dia 27 de maio” e que ele “sempre agiu dentro da lei”.
