Gabarito do Enem chegava a custar R$ 180 mil, diz PF




A Polícia Federal descobriu na operação Embuste que candidatos pagavam R$ 150 mil e R$ 180 mil por um gabarito do Enem. A operação foi realizada no Ceará, Bahia e Minas Geras. A tecnologia que a quadrilha usava permitia que o resultado chegasse a qualquer lugar do Brasil e a comunicação entre quem passava as respostas e quem as recebia.

Foram expedidos 28 mandados pela Justiça, quatro deles de prisão temporária. De acordo com a PF em entrevista coletiva, onze pessoas foram presas por suspeita de fraude no Enem 2016.

A quadrilha ficava num quarto de hotel em Montes Claros, Minas Gerais. De lá, enviavam o gabarito para os candidatos, que usavam microponto colocado no ouvido e uma central telefônica acoplada no braço ou no peito. Os dois podem ser notados por um detector de metais. A PF acredita, entretanto, que este equipamento não está sendo usado de maneira eficiente.

O candidato demonstrava ao interlocutor se havia compreendido ou não o gabarito tossindo. Se ele tossia uma vez, significava que compreendeu. Se tossisse duas, a resposta era repetida. Antes do Enem foram feitos testes para confirmar se o candidato conseguia ouvir a voz de quem iria repassar as respostas.

De acordo com as investigações, que duraram 15 dias, o grupo era focado para candidatos que queriam entrar em faculdades de Medicina. A organização demonstrava interesse também em querer atuar em concursos públicos. Os líderes da organização são em sua maioria estudantes de Medicina que conhecem pessoas habilitadas em todos os conteúdos do exame.

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