Ministério Público denuncia ex-BBB Felipe Prior por estupro
Felipe Prior, participante do BBB 20, está sendo investigado por estupro e tentativa de estupro. As denúncias das mulheres surgiram ainda durante o Big Brother Brasil, quando o paulista estava confinado. Há poucos dias, o inquérito foi encerrado, sem indiciamento. Mas o Ministério Público de São Paulo apresentou denúncia contra o arquiteto.
Agora, um juiz deve decidir se acata a denúncia do MP ou não. Após encerrar o inquérito, a delegada Maria Valéria Pereira Novaes explicou à Folha de S. Paulo que ainda havia a possibilidade deve ser indiciado posteriormente. “Terminei o relatório e encaminhei com tudo que apurei. Eu, como delegada, tenho que me ater ao delito e, pela minha convicção técnico-jurídica, aquele crime, aquele artigo penal, não aconteceu. Isso não quer dizer que ele não vai ser indiciado posteriormente ou que tenha sido absolvido”, explicou.
As advogadas que defendem as mulheres que denunciaram o ex-BBB repudiaram a decisão da delegada. “Esperamos que a injustiça desse relatório seja revertida nas próximas etapas. Esperamos ainda que essa posição lamentável da polícia não leve as milhares de mulheres que sofrem violência todos os dias a ter medo de denunciar o que sofreram”, afirmaram em nota.
Relembre o caso
No início de abril de 2020, a revista Marie Claire publicou relato de duas mulheres que acusam Felipe Prior, participante eliminado do BBB 20, de estupro e relato de outra vítima que sofreu tentativa de estupro. A publicação teve acesso a documentos que comprovariam os relatos das mulheres. Elas tiveram suas identidades preservadas. A assessoria do ex-BBB se negou a comentar as denúncias.
O primeiro caso teria acontecido em agosto de 2014, durante os jogos universitários das faculdades de arquitetura e urbanismo de São Paulo (interFAU). A mulher pegou carona com Prior que, durante o caminho, parou o carro e praticou o estupro. A penetração forçada provocou sangramento na vítima, que foi a um hospital. A vítima possui o laudo que comprova uma laceração em seu lábio vaginal.
No InterFAU de 2016, Prior teria tentado estuprar mais uma mulher. O ex-BBB persuadiu a mulher a entrar na barraca. Ao ver que não havia preservativo, a mulher negou fazer sexo. Diante da negativa, ele teria tentado forçar a relação, mas ela conseguiu se desvencilhar. Após o BBB 20 começar, ela conseguiu entrar em contato com a primeira vítima e as duas decidiram agir.
O segundo estupro teria acontecido no InterFAU de 2018, em Itapetininga. A vítima contou que Prior a convidou a entrar na barraca e que o ato começou de forma consentida. Mas, durante a relação sexual, Prior ficou violento e a teria agredido. Testemunhas relataram ter ouvido gritos de “está me machucando” e “para”.
A advogada das vítimas contou à revista Marie Claire que começou a trabalhar no caso no fim de janeiro. “Tivemos inclusive notícia de pelo menos uma outra, que acabou não preferindo depor”, contou a advogada.
O crime de estupro consta no artigo 213 do Código Penal e é tipificado como crime hediondo, com pena de seis a dez anos, aumentada para oito a 12 se houver lesão corporal da vítima.
Os relatos completos podem ser lidos no site da Marie Claire.