Escovas progressivas são reprovadas em teste da Proteste

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As escovas progressivas fazem a cabeça da maioria das mulheres que querem deixar os cabelos lisos. O que muitas pessoas não sabem é que esses produtos podem conter uma quantidade de formol maior do que o permitido pela Anvisa.


A Proteste testou 12 marcas de escovas progressivas usadas no Brasil e divulgou o resultado na última quinta-feira, 7. Dez dessas marcas foram reprovadas por excesso de formol. 

O uso do formol como alisante é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele é permitido apenas como conservante adicionado durante o processo de fabricação nas indústrias, com concentração de, no máximo, 0,2% (Resolução 162/01); e como agente endurecedor de unhas, limite máximo de uso permitido de 5% (Resolução 215/05).

A Organização Mundial de Saúde (OMS), inclusive, considera o formol cancerígeno. A substância causa danos à saúde não só de quem recebe esse produto nos cabelos, como também em quem o prepara e aplica. 

O teste

Nos testes foram verificadas a quantidade e a presença do formol nos produtos de alisamento dos cabelos. Para isso, foi feita uma análise por espectrofotometria UV-VIS, quando se usa a luz para medir a concentração de substâncias em soluções através da interação da luz com a matéria.

Nessa análise também foi usado o pHmetro, aparelho que mede o pH, para verificar se o pH dos produtos era adequado para o contato com o cabelo e a pele e se os rótulos estavam regulares ou não na Anvisa.

As 10 marcas e produtos com concentrações de formaldeído acima dos 0,2% permitidos pela Anvisa




  • Zap All Time (32 vezes acima do permitido);
  • G Hair Alemã (29 vezes acima do permitido);
  • Madamelis (27 vezes acima do permitido);
  • Maria Escandalosa (24 vezes acima do permitido);
  • Etnik Strait Therapy (22 vezes acima do permitido);
  • Maria Glamurosa (21 vezes acima do permitido);
  • Forever Liss (17 vezes acima do permitido);
  • Gloss (17 vezes acima do permitido);
  • Portier Exclusive (16 vezes acima do permitido);
  • G Hair Marroquina (14 vezes acima do permitido).

Dos 12 produtos testados, as marcas Probelle e Portier Unique apresentaram pH abaixo do recomendado, pH 1.8 (o mínimo recomendado é de 2,5). Isso pode irritar o couro cabeludo e a pele, além de danificar os fios.

Oito das 12 marcas não anunciaram nos rótulos dos produtos a presença da substância formaldeído (formol): Forever Liss, Gloss, Maria Escandalosa, Maria Glamurosa, Portier Exclusive, Portier Unique, Probelle e Zap.

A G Hair Marroquina, Gloss e Maria Escandalosa tinham irregularidades com a Anvisa.

As respostas das marcas

A marca G Hair (responsável pela G Hair Marroquina e a G Hair Alemã) postou em seu site um comunicado para todos os visitantes:

“Os registros 25351.899624/2016-27 e 25351.899548/2016-19 estão ativos e atuais perante a ANVISA, inclusive em consulta pública. Qualquer consumidor pode confirmar esta regularidade em simples acesso ao site da Vigilância. Preocupa-nos a origem desta iniciativa ao fazer uma afirmação que fere os direitos da empresa detentora das marcas. Neste mesmo âmbito de fluência técnica, gostaríamos de nos inteirar das condições em que os ensaios de quantificação foram executados, pois nossos ativos constam dos registros formalizados e estão dentro do permitido na legislação.

Recentemente, a empresa G.Hair foi alvo de denúncias danosas e equivocadas a respeito da lisura de seus registros sanitários e segurança de suas composições. Esclarecemos a nossos clientes e parceiros que a G.Hair está publicamente a disposição de todos e já iniciou o processo de medidas cabíveis. Aproveitamos para agradecer os inúmeros contatos de apoio e indignação daqueles que conhecem o trabalho e a solidez do nome G.Hair.
Pedimos desculpas pelo transtorno!”

O site Gazeta do Povo entrou em contato com a Zap e recebeu um comunicado do setor de comunicação da empresa: produto All Time, por ser líder no mercado e estar posicionado entre as 12 marcas mais vendidas, (…) é notadamente alvo do crime de PIRATARIA / FALSIFICAÇÃO”.

Fox Professional (escova progressiva Gloss) enviou um comunicado à imprensa: “Através de e-mail enviado para a associação responsável pelo teste, Proteste, dia 07 de junho de 2018 às 14:34 h, solicitamos nota fiscal de onde este produto foi adquirido, e até o exato momento não fomos respondidos. Portanto, um teste feito sem embasamento algum e com características aparentes que este produto não tem procedência.

Fox Professional se prontifica em esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas a esta reportagem, e alerta que sofremos grande impacto referente a falsificações.

Prezamos primeiramente pela saúde e segurança de nossos clientes, todos nossos produtos estão devidamente notificados e registrados pela ANVISA, isentando qualquer tipo de irregularidade.”

A Maria Escandalosa Cosméticos também enviou um comunicado à imprensa: “(…) Todos nossos produtos tem a CERTIFICAÇÃO da ANVISA para serem comercializados, inclusive os produtos SHAMPOO ANTI-RESÍDUO ESCANDALOSO E MÁSCARA CAPILAR ESCANDALOSA e que dispomos de todos os cuidados necessários para levarmos ao mercado produtos com qualidade e dentro das normas vigentes.

Importante ressaltar, que à tempos estamos sofrendo com o grande volume de falsificações da Marca e que devido a isso culminou na triste associação da Maria Escandalosa à esta reportagem. De modo a tranquilizar-vos, vamos intensificar ainda mais nossa batalha contra esses falsificadores que denigrem nossa imagem perante o consumidor.

A embalagem apresentada nesta reportagem é a versão que encontra-se com maior índice de falsificação, no momento estamos desenvolvendo uma nova versão afim de deixar claro e não confundir nossos clientes para como também evitar ao máximo os falsificadores.”

O site Gazeta do Povo entrou em contato com as marcas Forever Liss,  Madameliss, Maria Glamurosa, Portier, ProbelleWidi Care mas não obteve resposta. 

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