Dilma foi avisada no domingo que Maranhão anularia a votação




Dilma Rousseff recebeu ligação domingo (08) de noite com a informação de que o presidente da Câmara Waldir Maranhão anularia a sessão em que os 367 deputados votaram a favor de seu impeachment. A ligação foi feita por José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União. Ele havia se reunido com Waldir Maranhão e Flávio Dino (PCdoB-MA), governador do Maranhão, pouco tempo antes.

Dino reconheceu que aconselhou Maranhão. Já Cardozo admitiu que se encontrou com ele na noite antes da decisão, mas negou que ele tenha antecipado o seu conteúdo. Entretanto, aliados desmentem sua versão. O presidente interino da Câmara não debateu sua decisão nem com seus advogados nem com o corpo técnico da Câmara.

O primeiro encontro entre Cardozo e Maranhão aconteceu sexta-feira (07). Nessa primeira conversa, Cardozo teria sugerido que Maranhão despachasse o seu recurso para anular sessão que aprovou impeachment de Dilma Rousseff; o recurso estava parado na Câmara.

Ali, de acordo com interlocutores do presidente da Câmara, ele já teria indicado que estava disposto a tomar decisão positiva sobre o tema. Durante o fim de semana, se encontrou com Dino.

Já aliados do governo sugeriram que a decisão de anular a sessão havia sido influência de Eduardo Cunha, afastado da presidência. Os dois eram aliados, mas se distanciaram pouco antes da votação do impeachment de Dilma na Câmara, pois Maranhão mudou seu voto e foi contra o afastamento da presidente.




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