Dilma fala sobre o governo Temer: ‘extremamente conservador’

Dilma Rousseff, durante cerimônia no Palácio do Planalto (Antonio Cruz/Agência Brasil/ Foto livre)
Dilma Rousseff, durante cerimônia no Palácio do Planalto (Antonio Cruz/Agência Brasil/ Foto livre)

Após o afastamento por até 180 dias, a Presidente Dilma participou de uma coletiva de imprensa com jornalistas de veículos estrangeiros. Para eles, ela disse que o impeachment foi o meio encontrado para que um governo sem apoio nas urnas pudesse implantar o seu programa.




Ela também lembrou que tentou aplicar medidas para que o Brasil pudesse sair da crise, mas que o congresso não as aprovou. “Nós, há 15 meses aproximadamente, sofremos toda sorte de sabotagem na tentativa de governar”, afirmou.

“Estávamos enfrentando uma crise e precisávamos de tomar medidas que deviam ser aprovadas pelo Congresso. Sistematicamente, todas as saídas propostas no sentido de sair da crise foram ou invalidadas, bloqueadas, ou aceitas só parcialmente”, contou.

A presidente voltou a afirmar que impeachment é fraudulento e se trata de um golpe. “Tentam e querem utilizar agora da prerrogativa do impeachment fraudulento, portanto do golpe, para poder executar seu programa de governo que não foi aprovado nas urnas. Porque o programa que eu defendi, a que dei suporte, é de continuidade dos programas sociais, da inclusão social, da retomada do crescimento econômico”, disse Dilma Rousseff .

Segundo ela, o fato de tentar contornar a crise sem cortar programas sociais, desagradou a elite, por isso, a elite se uniu para tirá-la da presidência através do impeachment.

“Acontece que durante 13 anos nós implementamos no Brasil um programa de inclusão social, que não era um programa liberal, que valorizava por exemplo o pré-sal. Muitas pessoas nas elites estavam descontentes com isso. Ora, há uma outra visão sobre como o país deve se comportar para sair da crise”, disse.




“Essa visão criou uma sólida aliança entre vários segmentos. Aproveitou-se de um conflito que está caracterizado no Brasil há muito tempo entre Executivo e Legislativo e perceberam condições bastante favoráveis na medida em que havia uma versão dada pela grande imprensa brasileira a respeito da situação.”

O fato de Temer não ter colocado nenhum negro e nenhuma mulher em seu ministério também foi comentado pela presidente, que criticou a exclusão. “Eu lamento que depois de muito tempo não haja mulheres e negros no ministério. Negro e mulher (no governo) é fundamental se você quer construir um país inclusivo, não só do ponto de vista social, mas cultural e dos direitos humanos”, declarou.

“Acho que é um governo (…) que vai ser liberal na economia e extremamente conservador na área de cultura, na área social, está mostrando isso na sua formação”, definiu Dilma Rousseff .

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