Na noite de segunda-feira (12), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a cassação do mandato de Eduardo Cunha. O processo foi o mais longo da história da Casa e durou 314 dias. Ele foi iniciado em novembro de 2015.
O resultado foi divulgado às 23h50. Neste horário, o placar mostrou 450 votos a favor da cassação e 10 a favor da absolvição. Eram necessários 257 votos para que o peemedebista fosse cassado; ele teve 193 votos a mais do que o mínimo obrigatório.
Cunha foi acusado na Câmara por mentir após negar ter “qualquer tipo de conta no exterior”, em março de 2015. A frase foi dita por ele alguns meses antes de ser confirmada a existência de dinheiro do ex-presidente da Câmara na Suíça.
Enquanto discursava, o peemedebista disse que está pagando o preço por ter autorizado a tramitação do processo de impeachment de Dilma. “O PT quer um troféu para dizer que é golpe”, argumentou. Ele já estava afastado do mandato. Com a cassação, fica inelegível até janeiro de 2027.
Com a cassação ele também deve perder o direito de foro privilegiado. Ele é investigado por ser um dos principais integrantes do esquema de corrupção na Petrobras. Com foro privilegiado até então, Cunha responde a duas ações penais no STF e outras investigações sobre o esquema. Agora o seu caso pode ser levado para a Justiça Federal no Paraná, sob cuidados do juiz Sergio Moro. Cunha deve tentar manter os processos no STF a partir de agora.
O peemedebista discursou que os motivos de sua cassação eram “risíveis” e que abriria precedente para “qualquer deputado” perder mandato por acusações “frágeis”. “Amanhã será com vocês também”, avisou.
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