Renata Sorrah é a entrevistada do programa ‘Ofício em Cena’ da próxima semana. A atriz, que interpretou personagens marcantes da teledramaturgia brasileira, como Heleninha Roitman em ‘Vale Tudo’ e Nazaré Tedesco, em ‘Senhora do Destino’, entre muitas outras, revela que tem medo de entrar em cena.
“Lembro que uma vez a Ariane Mnouchkine disse que uma das piores coisas para o ator, que acaba com ele, é o medo. O medo de entrar em cena liquida o ator porque te paralisa. E eu tenho muito medo. Até hoje, com 500 anos de profissão, eu tenho medo”, confessa.
Ela também fala sobre sua experiência com autores da dramaturgia internacional, como Shakespeare, Pirandello, Gorki e Tchecov. “Quando fiz a Nazaré, estava vindo do teatro, onde fazia Medeia, com a Bia Lessa. Medeia é o auge da Nazaré! Não é que tenha sido fácil, nada é fácil, mas eu estava treinada, o meu corpo estava treinado, não era só a cara aqui, o rosto, o meu corpo estava todo treinado”, explica a atriz
“Quando comecei a fazer televisão, eu já tinha feito seis peças de teatro. Televisão é um outro veiculo, completamente diferente. Continuo aprendendo, tanto no teatro quanto na televisão, isso não para nunca”, conta.
Ela também fala sobre o início da carreira no teatro. Na época, o elenco guardava pedaços de pau no camarim para se prevenir de possíveis investidas do Comando de Caça aos Comunistas, o CCC, que atuava durante a ditadura militar. O pai de Renata chegou a falar para ela ir estudar na Áustria, mas ela decidiu ficar.
“Acho que hoje eu iria passar um mês na Áustria (risos), aproveitar um pouco, fazer um curso rápido de Shakespeare. Mas eu era radical nos meus posicionamentos e pensei: ‘Sou uma atriz brasileira, é aqui que tenho que ficar e aprender’”, lembra. “Isso é a argamassa, eu sou feita disso. Tenho essa minha alegria, mas a minha atriz é feita com isso. Esse é o cimento e está aqui”, pondera.
A entrevista de Renata Sorrah ao ‘Ofício em Cena’ vai ao ar na próxima terça-feira, dia 22, às 23h30, na GloboNews.
