Governo admite que ataques à China travam chegada de insumos para vacina CoronaVac

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Integrantes do governo Jair Bolsonaro admitem que a relação do Brasil com a China têm sido a razão para tratar a importação de insumos para produzir as vacinas contra a covid-19 no país. O assunto foi debatido em reunião de Bolsonaro com ministros no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (18).




O Instituto Butantan, que produz a vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e integrantes do governo de São Paulo temem que o impasse diplomático não deixe que o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o princípio ativo da CoronaVac, chegue a território nacional. Integrantes dos ministérios da Saúde e da Economia também têm esse temor. Eles acompanham as negociações da Fiocruz com chineses para compra do princípio ativo para produzir a vacina de Oxford/Astrazeneca no Brasil.

Integrantes do governo informaram à CNN que a ordem agora é de que seja feito esforço para se reaproximar do governo da China. Até agora, de acordo com os relatos, o chanceler Ernesto Araújo está mantendo contato diário com o seu correspondente chinês.

Por causa das negociações pela vacina, o ministro das Relações Exteriores teria mudado de postura, mesmo tendo feito vários ataques à China. Um outro incidente foi o ataque de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, a Yang Wanming, embaixador da China em Brasília, em novembro de 2020. O filho do presidente Bolsonaro acusou o Partido Comunista Chinês de espionagem.

A embaixada da China reagiu à acusação e citou que “declarações infames” de Eduardo Bolsonaro e de “algumas personalidades” brasileiras desrespeitam “os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil”.

Agora, Jair Bolsonaro encarregou Braga Neto, o ministro da Casa Civil, de criar estratégia para negociar com os chineses o destravamento burocrático das importações encomendadas pela Fiocruz e Butantan. Segundo assessores de Bolsonaro, o governo não poderá contar com quem deveria exercer exatamente esse papel, o chanceler Ernesto Araújo. “O nosso chanceler passou dois anos atacando a China, sem dó, e agora ele só atrapalha em vez de ajudar”, disse um auxiliar de Bolsonaro para o blog do Valdo Cruz, do G1.




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