Empresas em Santa Cruz no Mercado Livre de Energia

Santa Cruz tem acompanhado as transformações no setor elétrico brasileiro, que nos últimos anos passou a oferecer alternativas mais flexíveis para grandes consumidores de energia.

O avanço do Mercado Livre de Energia (MLE) tem despertado o interesse de empresas de diferentes segmentos, que enxergam nesse modelo uma oportunidade para gerenciar com mais inteligência os custos energéticos.

Na cidade, o fornecimento de energia é feito por uma distribuidora da região, a CPFL Santa Cruz. Entender como essas dinâmicas se articulam é fundamental para empresas que consideram aderir ao MLE e aproveitar seus benefícios.

O que é o Mercado Livre de Energia e como funciona?

O Mercado Livre de Energia é um ambiente de contratação em que empresas podem negociar diretamente a compra de energia elétrica com fornecedores habilitados, como comercializadoras e geradores. Trata-se de uma alternativa ao chamado mercado cativo, onde a energia é adquirida da distribuidora local, com tarifas definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

No modelo livre, as empresas ganham autonomia para buscar condições mais favoráveis,  em termos de preço, prazos e flexibilidade contratual, além de poder optar por uma matriz energética mais alinhada aos seus valores e políticas internas.

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o número de consumidores livres no país tem crescido de forma consistente. De acordo com a CCEE, entre janeiro de 2022 e janeiro de 2024, o número de consumidores migrou de aproximadamente 10 mil para mais de 16 mil no ambiente livre.

Isso demonstra um movimento cada vez mais robusto por parte do setor produtivo para buscar alternativas ao mercado cativo.

Em Santa Cruz, essa tendência também se verifica, especialmente em indústrias, grandes comércios, redes de varejo e outros setores intensivos em consumo de energia.

Qual o papel da distribuidora local no Mercado Livre de Energia?

Mesmo após a migração para o Mercado Livre de Energia, a distribuidora local ainda participa do processo, sendo responsável apenas pelo transporte da energia até o ponto de consumo.

Entendendo a diferença: energia e distribuição

No modelo tradicional (mercado cativo), a distribuidora local é responsável por comprar a energia no mercado regulado e revendê-la aos consumidores de sua área de concessão, além de operar toda a infraestrutura elétrica que leva a energia até as residências, empresas e indústrias.

No Mercado Livre de Energia, por outro lado, o consumidor pode escolher de quem comprar a energia (geradores ou comercializadoras), negociando preços, prazos e volumes contratados. Porém, a energia contratada precisa chegar fisicamente até o ponto de consumo, e quem faz isso é justamente a distribuidora local, utilizando a sua rede elétrica.

A distribuidora como “dona da rede”

Mesmo que o consumidor compre a energia de outro fornecedor, a rede de distribuição usada continua sendo da distribuidora local. Isso significa que ela ainda tem a responsabilidade de:

  • Garantir o transporte seguro da energia até o consumidor;
  • Manter e operar a infraestrutura (fios, transformadores, postes e medidores);
  • Atuar em casos de falhas, quedas de energia ou manutenção na rede;
  • Fazer a leitura do consumo (quando aplicável) e repassar essas informações para a contabilização no mercado.

Por esse serviço, o consumidor que está no mercado livre continua pagando uma tarifa de uso do sistema de distribuição, chamada de TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição).

Responsabilidade técnica e regulatória

Além da parte operacional, a distribuidora tem um papel regulatório importante. Ela é o elo entre o consumidor livre e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), além de seguir as diretrizes da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

É ela quem assegura que o acesso à rede seja feito de forma justa, segura e transparente, tanto para consumidores cativos quanto para os que migraram para o ambiente livre.

Quem pode participar do Mercado Livre de Energia em Santa Cruz

Atualmente, o mercado livre de energia é voltado para empresas com um perfil específico de consumo. Para aderir ao MLE, é necessário que o estabelecimento:

  • Seja conectado à rede de média ou alta tensão.
  • Tenha um consumo mensal mínimo de R$10 mil em sua conta de luz.

Este perfil técnico normalmente abrange indústrias, centros comerciais de grande porte, redes de supermercados, hotéis, hospitais privados e empresas do agronegócio.

Empresas que se enquadram nesses requisitos podem solicitar a migração ao ambiente livre, o que lhes permite negociar energia diretamente e com condições mais personalizadas.

No caso de Santa Cruz, observa-se um aumento no interesse das empresas locais, particularmente nos setores alimentício, metalúrgico, têxtil e no agronegócio, que têm buscado formas mais competitivas de gerenciar seus custos energéticos.

Como aderir ao Mercado Livre de Energia

O processo de adesão ao mercado livre de energia envolve algumas etapas que exigem atenção e planejamento. A seguir, estão os principais passos:

-Análise de viabilidade:
O primeiro passo é verificar se a empresa cumpre os requisitos técnicos (demanda mínima e tipo de conexão). Além disso, é necessário avaliar o perfil de consumo e os contratos vigentes com a distribuidora, para planejar o melhor momento para a migração.

-Contratação de uma comercializadora:
Empresas que desejam operar no ambiente livre normalmente contratam uma comercializadora de energia, que intermedeia as negociações e oferece suporte técnico e regulatório.

Nesse ponto, contar com um parceiro que tenha sólida experiência no setor faz toda a diferença para uma adesão bem sucedida. O serviço especializado no mercado livre de energia da EDP, por exemplo, oferece um suporte completo para as empresas em cada etapa do processo.

Ter ao lado profissionais que compreendem as nuances do ambiente regulatório, conhecem as práticas de negociação e acompanham constantemente as atualizações do setor ajuda a minimizar riscos contratuais, evitar custos ocultos e estruturar acordos que realmente atendam às necessidades do negócio.

Isso se traduz em contratos mais bem planejados, com prazos, volumes e condições comerciais alinhadas ao perfil de consumo da empresa, elementos essenciais para que o mercado livre de energia cumpra seu potencial de gerar uma grande economia e previsibilidade nos custos.

-Contratação de um agente de mercado:
A empresa deve ser representada por um agente habilitado junto à CCEE, responsável por intermediar as operações comerciais e assegurar o cumprimento das regras do mercado.

-Adequação de sistemas de medição:
É necessário instalar um sistema de medição adequado às exigências do ambiente livre, para garantir o registro preciso do consumo e das transações realizadas.

-Assinatura do CUSD com a CPFL Santa Cruz:
Como mencionado, a empresa continua utilizando a infraestrutura da CPFL Santa Cruz. Por isso, é necessário assinar um contrato específico (CUSD), que formaliza a relação com a distribuidora.

-Início das operações:
Após a formalização dos contratos e registros junto à CCEE e à CPFL Santa Cruz, sua empresa passa a operar no mercado livre, com contratos de energia sob medida.

Benefícios para empresas no mercado livre

As vantagens da migração são diversas. Empresas que já aderiram ao modelo costumam destacar:

  • Previsibilidade e controle de custos: a possibilidade de negociar contratos de médio e longo prazo ajuda a reduzir a exposição às oscilações de tarifas do mercado cativo.
  • Flexibilidade contratual: é possível definir volume, prazos e características da energia adquirida de acordo com as necessidades do negócio.
  • Alinhamento com práticas ESG: a compra de energia de fontes renováveis é uma escolha cada vez mais comum entre as empresas que buscam reforçar suas estratégias de sustentabilidade.

Além disso, há o potencial de obter uma grande economia em relação às tarifas do mercado regulado, o que contribui diretamente para a competitividade dos negócios.

A ampliação do mercado livre de energia tem sido uma diretriz importante das políticas públicas no setor elétrico brasileiro.

Em janeiro de 2024, uma nova etapa de abertura foi implementada, permitindo que todas as unidades consumidoras ligadas à média tensão pudessem migrar para o ambiente livre (Fonte: Ministério de Minas e Energia, Portaria nº 50/2022).

Isso ampliou o público potencial e estimulou a competitividade no mercado. Em Santa Cruz, empresas que antes estavam restritas ao mercado cativo agora começam a explorar as oportunidades do MLE.

Dicas para uma adesão bem sucedida

Para empresas interessadas em ingressar no ambiente livre, algumas dicas podem fazer a diferença:

  • Planeje com antecedência: o processo de migração leva tempo e envolve aspectos regulatórios e técnicos. Um bom planejamento garante uma transição tranquila;
  • Conte com especialistas: Empresas experientes no mercado livre ajudam a estruturar contratos mais vantajosos e a evitar armadilhas contratuais;
  • Analise seu perfil de consumo: entender o padrão de consumo da empresa é essencial para escolher o modelo de contrato mais adequado;
  • Acompanhe a evolução do mercado: o ambiente livre é dinâmico. Monitorar tendências e oportunidades ajuda a manter contratos sempre competitivos.

O cenário para empresas em Santa Cruz

Com um tecido industrial diversificado e um setor comercial em constante crescimento, Santa Cruz se destaca como um ambiente propício para a expansão do mercado livre de energia.

Empresas locais, especialmente dos setores alimentício, metalúrgico e do agronegócio, já vêm aderindo a esse modelo, buscando formas mais eficientes de tornar seus custos operacionais mais competitivos e previsíveis.

Assim, é cada vez mais comum ver empresas mercado livre de energia Santa Cruz explorando novas possibilidades de contratação, aproveitando a flexibilidade para definir como, de quem e em quais condições adquirir sua energia elétrica.

Para os negócios da região que buscam estratégias mais inteligentes de gestão de energia,  capazes de equilibrar custos e desempenho, o mercado livre se apresenta como uma alternativa concreta e vantajosa, contribuindo de maneira significativa para a eficiência e a sustentabilidade financeira das operações.

Comentários estão fechados.