Às 15h05 do dia 31 de agosto, a ex-presidente Dilma Rousseff assinou documento que a notificava sobre o impeachment. Foi o momento em que seus cinco anos e oito meses de gestão acabaram oficialmente. Ela teve pouco mais de 13 anos em cargos do governo federal.
Menos de 24 horas após o impeachment ser aprovado, o petista Carlos Eduardo Gabas, aliado próximo de Dilma, entrou pelos fundos da Agência da Previdênca Social do Plano Piloto, na Quadra 502 da Asa Sul de Brasília. As informações são da revista Época.
Ele chegou com sua esposa, com uma procuração em nome de Dilma. Gabas entrou em área apenas para servidores, mas entrou ali como ex-secretário executivo e ex-ministro da Previdência do há pouco encerrado governo de Rousseff. Ele subiu para local reservado, longe do balcão de atendimento, onde Iracemo da Costa Coelho, chefe da agência, estava.
Com a aprovação de outras autoridades do INSS, eles deram entrada no requerimento da aposentadoria de Dilma. Foi contabilizado tempo de contribuição previdenciária de 40 anos, 9 meses e 10 dias. Após Gabas sair do local, a ex-presidente já estava oficialmente aposentada. Sua renda mensal é de R$ 5.189,82, teto do regime previdenciário.
O tempo médio para uma pessoa comum conseguir requerer a aposentadoria é de 74 dias, de acordo com o INSS. No Distrito Federal, onde o pedido de Dilma foi feito, o normal é a espera de 115 dias, em média. Não havia rastro de agendamento para que ela fosse atendida no dia 1 de setembro ou qualquer outra data. Por isso, de acordo com a Época, se tratou de um “episódio de privilégio, obtido por meio de atalhos proporcionados por influência no governo”. Ao sofrer impeachment, Dilma perdeu seu salário mensal de R$ 30.900 de presidente da República.
A aposentadoria-relâmpago da ex-presidente vinha sendo articulada há meses. No dia 10 de dezembro de 2015, quando Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment, o cadastro trabalhista de Dilma foi refeito do zero no sistema do INSS. Neste dia, entre 8h42 e 18h43, foram registradas 16 alterações em sua ficha laboral. Foram validados, alterados e excluídos vínculos trabalhistas desde 1975.
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