Jean Wyllys, do PSOL, deixa o país após diversas ameaças

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Em um post no Instagram, o deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, confirmou que vai abrir mão do novo mandato. Ameaçado de morte, ele já deixou o país e teme voltar.

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“Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ✊”, escreveu em seu Instagram.

Em entrevista exclusiva para o jornal folha de São Paulo, o deputado federal contou que desde que sua correligionária Marielle Franco foi assassinada, em março de 2018, ele vive sob escolta policial.

Como a onda de ameaças só aumentou, ele decidiu preservar a sua vida. Durante a entrevista, Jean contou que O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, disse a ele: Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. Ele resolveu aceitar o conselho e foi para fora do país.

Ainda de acordo com o deputado, o fato de Flávio Bolsonaro ter empregado parentes de um ex-PM suspeito de chefiar milícia, que é investigada pela morte de Marielle Franco, também pesou em sua decisão.

“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, afirma Wyllys em entrevista à Folha.

Ele ainda recordou que Bolsonaro, o atual presidente, já o insultou e disse que não é seguro permanecer no Brasil.

 

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Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ✊ ************ "Com medo de ameaças, Jean Wyllys, do PSOL, desiste de mandato e deixa o Brasil" https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/01/com-medo-de-ameacas-jean-wyllys-do-psol-desiste-de-mandato-e-deixa-o-brasil.shtml Eleito pela terceira vez consecutiva deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys vai abrir mão do novo mandato. Em entrevista exclusiva à Folha, o parlamentar —que está fora do país, de férias— revelou que não pretende voltar ao Brasil e que vai se dedicar à carreira acadêmica. Desde o assassinato da sua correligionária Marielle Franco, em março do ano passado, Wyllys vive sob escolta policial. Com a intensificação das ameaças de morte, comuns mesmo antes da execução da vereadora carioca, o deputado tomou a decisão de abandonar a vida pública. "O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis'. E é isso: eu não quero me sacrificar", justifica. De acordo com Wyllys, também pesaram em sua resolução de deixar o país as recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro. "Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário", afirma Wyllys. "O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", acrescenta. (Mais na matéria da FolhaSP que está no stories)

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