Juiz que autorizou censura na Bienal do Rio já comparou ser gay a ter uma doença
Não foi a primeira vez que Claudio de Mello Tavares, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, deu declarações contrárias à comunidade LGBTQ+. Neste sábado (07), ele foi o desembargador responsável por derrubar a liminar que impedia a Prefeitura do RJ de censurar livros na Bienal do Livro.
A decisão aconteceu após recomendação do prefeito Crivella, que pediu para que a HQ “Vingadores – A Cruzada das Crianças” fosse tirada de circulação da Bienal. A HQ mostra dois homens, vestidos, se beijando.
Há mais de dez anos, Tavares julgou ação popular que questionava o estado e município do Rio de Janeiro por destinar recursos à Parada do Orgulho Gay de 2002. Ele negou o pedido, mas sua declaração gerou revolta entre os defensores do movimento. Na época, Tavares afirmou que “não se pode negar aos cidadãos heterossexuais o direito de, com base em sua fé religiosa ou em outros princípios éticos e morais, entenderem que a homossexualidade é um desvio de comportamento, uma doença, ou seja, algo que cause mal à pessoa humana e à sociedade, devendo ser reprimida e tratada e não divulgada e apoiada pela sociedade”.
Na decisão judicial, Tavares usou o termo “homossexualismo” várias vezes. O termo é refutado por trazer conotação pejorativa de doença ao se referir à homossexualidade.