Brasil é o 3º país que mais consome bebidas alcoólicas no mundo
Um estudo realizado pela plataforma de descontos online Cuponation, que integra o Global Savings Group da Alemanha, constatou que o Brasil ocupa o 3º lugar no consumo de bebidas alcoólicas em todo o mundo, com 14,04 milhões de litros ingeridos entre 2018 e 2019.
O levantamento apontou, ainda, que a China ocupa o primeiro lugar da lista e logo em seguida vêm os Estados Unidos, na segunda posição. Os dois países consumiram, respectivamente, 54,29 milhões e 30,5 milhões de litros no mesmo período.
Além disso, em 2019, a Vitgel realizou uma pesquisa semelhante entre os estados brasileiros, onde a capital da Bahia, Salvador, foi classificada como a cidade do Brasil onde mais se consome bebidas alcoólicas.
A relação dos brasileiros com as bebidas alcoólicas
A OMS (Organização Mundial da Saúde) apurou que o consumo médio de álcool da população brasileira é de 8,7 litros por pessoa — 2,3 litros acima da média mundial, que é de 6,4 litros.
E, como o álcool é consumido em momentos de relaxamento e descontração, isso significa que os brasileiros investem mais em suas horas de lazer. Exemplo disso é o crescimento de 44,9% dos lucros da Ambev — líder em produção de cerveja em toda a América Latina — no ano de 2018.
No entanto, é importante atentar-se aos perigos que o consumo desmedido de álcool traz tanto para quem ingere a bebida quanto para a sociedade.
Os prejuízos causados pelo consumo excessivo de álcool
Estima-se — de acordo com dados disponibilizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — que cerca de 100 milhões de pessoas consomem ou ao menos já consumiram algum tipo de bebida alcoólica. E, entre elas, cerca de 7 milhões eram menores de idade na primeira vez que beberam.
Ademais, segundo o psicólogo Telmo Ronzani, “o álcool é a substância psicoativa com maior consumo e dependência no Brasil”. Referências nacionais oriundas de estudos do crescimento de epidemias indicam que 13% da sociedade brasileira se enquadram em algum nível de dependência alcoólica.
Além disso, uma frequente ocorrência que agrava a questão é o fato das pessoas beberem na intenção de ficarem bêbadas. Inclusive, houve um aumento de 31,1% na ingestão de grandes quantidades da bebida em um curto período de tempo: entre 2006 e 2012.
Violência e morte
O biocientista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Andreuccetti, afirma que “o consumo de álcool é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, principalmente na América Latina”.
E, de fato, a ingestão desenfreada de álcool causa mais de 3 milhões de óbitos por ano em todo o planeta. Em nosso país, por exemplo, cerca de 40 mil falecimentos que ocorrem devido a acidentes de trânsito e 60 mil homicídios anuais são consequências da ingestão de bebidas alcoólicas.
Doenças associadas
O álcool também está interligado a dezenas de doenças crônicas e agudas de saúde, como a diabetes e a hipertensão, que se tornam ainda mais perigosas com o consumo de bebidas alcoólicas.
Além disso, transtornos psicológicos como quadros de ansiedade e depressão podem ser agravados mediante a ingestão de álcool.
Por mais que, no Brasil, as bebidas alcoólicas sejam lícitas para maiores de 18 anos, elas continuam sendo drogas psicotrópicas que atuam no sistema nervoso central e causam, sobretudo, mudanças comportamentais.
Portanto, por essas e outras razões, é importante ter consciência dos efeitos causados pelo álcool e, dessa maneira, consumi-lo de forma moderada a fim de evitar todos os possíveis danos — que ainda vão além dos que foram citados.