Por que o Brasil é alvo de muito malware e como nos podemos defender disso?
O Brasil é um país grande, com muitas populações diferentes e com diferentes tipos de pessoas, que têm níveis de educação e alfabetização variados. É normal que uma população diversificada seja alvo de ataques de ransomware, pois nem sempre estão acostumadas a lidar com essa ameaça digital.
No entanto, nosso país acaba sendo privilegiado, porque existe muita informação sobre o tema e é possível que qualquer pessoa saiba se defender de ransomware ou outros vírus.
É importante educar a população, mas também espalhar a mensagem da forma correta para evitar malware, especialmente para os mais idosos e pessoas com menor conhecimento informático.
Então, sem mais delongas, vamos tentar responder às perguntas sobre o que é ransomware, por que nosso país é o quarto do mundo a sofrer com isso e que defesas podemos ter contra essa ameaça digital.
Ransomware: o que é e como se propaga
O ransomware é um subtipo de um outro nome chamado malware, que significa agente malicioso na programação da era digital. Este “agente”, o ransomware, é eficaz em, quando ativo, criptografar os conteúdos do seu sistema operacional e depois pedir um resgate em dinheiro para que você possa voltar a ver seus arquivos. A maioria das pessoas acabam por não pagar, e mesmo as que pagam grandes quantias frequentemente não conseguem reaver seus dados.
Isso acontece não só com usuários comuns como você, mas também com empresas, sendo que no caso das empresas a maioria das infecções ocorre porque os funcionários não têm o devido cuidado.
Existem várias formas de infecção e propagação de ransomware, sendo as mais comuns o clique em um link suspeito recebido via e-mail, um site infectado que faz download de arquivos para seu computador ou um software ilegal e cracks para software que você instala e acaba perdendo todos os seus dados. Como podemos entender, nesses três casos, tudo é evitável se usarmos um pouco de proteção e pensamento crítico.
As estatísticas brasileiras
Segundo um artigo publicado em Security Leaders, o nosso país é o quarto maior alvo de ransomware no mundo, ficando atrás de poucos países (EUA, Reino Unido e Espanha) e sofreu 603 mil tentativas de ataques de ransomware nos últimos 12 meses. Esses números representam 52% das tentativas de ataques na América Latina.
Em 2022, houve um aumento de 87% no malware de IoT globalmente e um recorde de 139,3 milhões de ataques de cryptojacking (ransomware com uso de criptomoedas). Na América Latina, a incidência de malware cresceu 17%, bem acima da média global de 2%.
Os cibercriminosos estão adotando estratégias mais efetivas, visando dispositivos IoT e utilizando cryptojacking. Embora haja uma queda global nos ataques de ransomware, os ataques continuam a causar interrupções significativas em empresas, governos e usuários, utilizando também computadores pessoais para criptografar e roubar dados alheios
O que podemos fazer para nos defendermos de ransomware
O ransomware tem uma particularidade bem interessante: na maioria dos casos, ele apenas é acionado se o usuário não estiver atento. Um usuário atento, em contexto profissional ou em sua empresa, acaba tendo menores chances de ser infectado por ransomware.
Assim, deixamos algumas dicas super fáceis de cumprir para evitar o golpe de qualquer ransomware:
Faça backups diários ou semanais
Dependendo do tipo de acesso e da importância dos arquivos em seu computador ou celular, recomendamos um backup diário ou semanal. Ele pode ser feito para um disco externo ou para serviços como o Google Drive ou Dropbox. Ambos os serviços têm uma interface web e um aplicativo onde você pode, de forma fácil, arrastar e enviar os seus arquivos, mantendo-os seguros na nuvem.
No entanto, se forem muitos arquivos, pode ser necessário comprar espaço adicional, por isso é importante entender qual é a melhor opção: a compra de um disco externo ou espaço na nuvem.
Use antivírus
Use sempre antivírus na sua empresa, no seu computador pessoal e no celular. Existem muitos antivírus gratuitos que você pode usar para se proteger de ransomware, e você acaba se protegendo sem gastar um real. É importante procurar avaliações dos antivírus e escolher aquele que melhor se adapta às suas necessidades.
Evite links suspeitos
Links suspeitos podem ocorrer de duas formas: enviados por e-mail ou em sites que você visita. Os links enviados por e-mail são de “phishing”, ou seja, empresas ou pessoas que se fazem passar por outras pedindo que você confirme uma determinada informação clicando em um determinado link.
Por ora, os links em sites que você visita são mais difíceis de detectar, pois parecem legítimos. Nesse caso, o ideal é instalar um popup blocker para o seu navegador, que pode ajudar com a proteção contra ransomware, pois bloqueia endereços que sejam suspeitos.
Evite software ilegal
Sabemos que é importante ter software atualizado e funcional, mas não podemos simplesmente usar software que não é nosso devido ao risco de ransomware existente. Por exemplo, se você encontrar um site que nunca ouviu falar, mas que oferece o software que você precisa de forma gratuita (sendo que ele é pago), vai ser algo muito difícil de acreditar, certo? Então, isso pode ser um sinal de que você vai baixar malware para o seu computador, que pode incluir ransomware.
O ideal é testar o software, pois muitas vezes eles oferecem uma versão trial, também conhecida como versão de demonstração, que você pode usar. Ou, se realmente não conseguir pagar pelo software, use soluções gratuitas como alternativa. Por exemplo, se você não tiver dinheiro para comprar o Word, PowerPoint e Excel, existe uma solução gratuita chamada OpenOffice que você pode utilizar.
Como devemos abordar os idosos e pessoas vulneráveis a ransomware
É importante mostrar aos idosos e às pessoas vulneráveis a ransomware, ou seja, aquelas pessoas com menos conhecimentos em informática, que os perigos existem e as formas de evitar esses perigos. Por exemplo, um bloqueador de popups funciona de forma invisível e apenas vai atuar quando necessário. Por outro lado, o antivírus está silencioso no seu computador até ele detectar algo.
Em resumo, precisamos demonstrar como ferramentas que não têm qualquer impedimento no uso normal de um computador ou celular podem ser úteis e vitais para que tudo corra bem neste espaço digital.