OMS declara varíola dos macacos como emergência mundial de saúde
Neste sábado (23), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde global. Até agora, foram relatados mais de 16 mil casos em 75 países e cinco mortes.
Até a última quinta-feira (21), o Brasil contava com 592 casos de varíola dos macacos. O Brasil está entre os dez países com maior número de casos da doença.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que declarou emergência de saúde pública de alcance internacional pois o risco no mundo é relativamente moderado. A exceção é a Europa, onde o risco é alto.
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Há cerca de um mês, havia 3.040 casos em 47 países. Agora, são mais de 16 mil casos em 75 países, contabilizando cinco mortes. Com a decisão da OMS de declarar emergência de saúde global, pode haver mais investimento no tratamento da doença e avanço nas vacinas, que atualmente estão em falta.
De acordo com Tedros, apenas metade dos países com casos registrados de varíola dos macacos possui acesso garantido às vacinas. Mike Ryan, diretor de emergências da OMS, afirma que a vacina não dá proteção instantânea contra a doença.
Sintomas da varíola dos macacos
A varíola dos macacos costuma começar a se manifestar com:
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor nas costas
- Febre
- Gânglios inchados
- Calafrios
- Exaustão
Após cerca de 1 a 3 dias após a febre aparecer, o infectado desenvolve uma erupção cutânea, que costuma começar no rosto e se espalhar para outras partes do corpo. A varíola dos macacos costuma durar entre 2 a 4 semanas.
Como se proteger da varíola dos macacos?
Para se proteger da doença, é necessário o uso de máscaras, distanciamento e higienização das mãos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a importância dessas medidas, lembrando que elas também protegem contra a Covid-19.
Nota oficial do Ministério da Saúde
O controle da varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, é prioridade para o Ministério da Saúde, que realiza o constante monitoramento e analisa diuturnamente a situação epidemiológica para orientar as ações de vigilância e resposta à doença no Brasil. Todas as medidas hoje anunciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já são realizadas pelo Brasil desde o início de julho de forma a realizar uma vigilância oportuna da doença.
Antes mesmo da ocorrência de casos suspeitos ou confirmados da varíola dos macacos no país, o ministério instalou uma Sala de Situação para elaborar um plano de ação com o objetivo de estabelecer estados e municípios sobre a melhor forma de atender a população.
Sob a coordenação do Ministério da Saúde, a atuação contou também com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Organização Pan-americana da Saúde (OPAS). A partir do dia 11 de julho, com fluxos de notificação, diagnóstico, assistência e medidas de contenção e controle instituídos, o trabalho realizado pela Sala foi incorporado às atividades da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, o que inclui o monitoramento de casos, a análise do perfil epidemiológico das notificações, a orientação das ações de vigilância, bem como a divulgação diária da situação dos casos no país.
Essas atividades ainda são realizadas rotineiramente pela área técnica responsável.
A pasta informa que os testes para diagnóstico estão disponíveis para toda a população que se enquadre na definição de casos suspeitos para varíola dos macacos, sendo atualmente realizados em quatro laboratórios de referência no país. Além disso, o Brasil capacitou países das Américas para a realização de diagnóstico laboratorial. O Ministério da Saúde também tem articulado com a OMS as tratativas para aquisição da vacina varíola dos macacos, de forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil.
Com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, o Brasil está preparado para enfrentar a varíola dos macacos.